Descrição
«Num dos escritos que aparecem reunidos neste volume, e ocupando-me da necessidade de racionalizar a nossa estrutura da investigação e do ensino, pareceu-me útil insistir sobre o dever de não desperdiçar o tempo. Comentei então que é porventura lícito que cada um perca o seu tempo, mas que é absolutamente inadmissível que alguém, sobretudo quando responsável pela coisa pública, perca o tempo dos outros, porque o tempo dos outros é o futuro de todos. Esta observação encontrou dificuldades para ser divulgada, e o facto convenceu-me de que correspondia realmente a interesses fundamentais. Por isso aparece lembrada no título desta colectânea que lida com problemas por vezes sem conexão aparente, mas relacionados todos com o tempo perdido. Perdido, mas dos outros. Acontece que entre esses outros está uma juventude que tem o direito de impor a regra de que cada homem é um fenómeno que se não repete e que por isso não pode ser frustrado. Uma juventude à qual não pode ser negado o direito de procurar, para a idade do mundo em que lhe aconteceu viver, as respostas que não tivermos sido capazes de lhe proporcionar a tempo. Um direito que só pode afligir aqueles que consideram um erro da natureza a circunstância de ter instituído a Primavera. ADRIANO MOREIRA». Exemplar em bom estado.