O Homem e o Mar – O Litoral Português

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31 cm, 219-[5] págs., enc., ilustrado.

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«O litoral é um mundo em rápida mutação. É uma imagem desse movimento que se procura fixar nesta obra: os restos de um país que está a desaparecer, os últimos representantes de profissões que parecem condenadas, a origem das comunidades e o porquê dos seus hábitos…
Percorreram-se as costas ainda desertas e romarias de pescadores. O resultado desta viagem,
de Caminha a Vila Real de Santo António e às ilhas atlânticas, não é um mero levantamento exaustivo e científico, são antes as notas de viagem de um repórter, o olhar de um fotógrafo..» «No início da década de 70 ainda andavam jangadas ao sargaço na praia de Castelo de Neiva. Em 1969 contaram-se cento e sessenta e quatro moliceiros a trabalhar na ria de Aveiro. Dez anos antes, em 1959, a única habitação de pedra e cimento da praia da Tocha era o posto da Guarda Fiscal; todas as restantes eram palheiros. A praia da Nazaré transfigurou-se após a construção, já nos anos 80, do porto de abrigo. Nas margens do estuário do Tejo apodrecem muletas, varinos, faluas, fragatas. Na caldeira de Tróia, no estuário do Sado, as lamas recobrem os últimos galeões. Em 1970 Sines ainda era um dos mais alegres lugares de pescadores, praia de incomparável luminosidade e vastos horizontes. Um ano depois, em 1971, foram lançadas, pela última vez, as redes da armação do atum de Medo das Cascas, Tavira. Em 1982 caçaram-se nas Lajens do Pico, Açores, as últimas trinta e uma baleias. Poderíamos prolongar longamente esta lista. Poderíamos falar do que aconteceu às paisagens litorais, da invasão caótica do turismo. Poderíamos lembrar os dramas humanos da emigração que também esvaziou muitas póvoas marítimas. Quando se percorre o litoral, quando se folheiam registos de outras eras e se recapitulam as histórias e tradições dos lugares de pescadores, de marítimos, de sargaceiros ou de marnotos é muitas vezes doloroso ver o ritmo com que se estão a processar as mudanças. Muda-se para melhor, dir-se-á, e com razão: as condições de vida de muitas dessas comunidades eram, e ainda são, muito precárias. Mas mudar não devia querer dizer estragar, e é isso que geralmente sucede. Mas de uma forma geral, começa a generalizar-se a convicção de que os recursos naturais são finitos e não renováveis. E de que as formas de ocupação e exploração tradicionais derivam de uma quase «humilde cooperação com a Natureza», de aceitação dos seus imperativos, de um conhecimento profundo dos seus ciclos e das suas riquezas. É esta comunhão antiga com o ambiente natural que mais fascina quando se percorre o litoral.» Obra profusamente ilustrada com fotografias, a cores e a preto e branco, desenhos e mapas. Exemplar como novo.

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