Descrição
Prefácio. “Alberto Pimentel, escritor contemporâneo de Camilo, disse em Janeiro de 1898: «… a alma de Camilo, era o mais assombroso dos seus livros. Torna-se, pois difícil defini-lo». De tudo padeceu, fazendo padecer os outros também. Aliás, na biografia que sobre ele escreveu, A. P., disse: «há destinos que não se compreendem e almas que parecem ter nascido só para sofrer». O Porto, clássico e burgues, não lhe tolerou o talento. Quando ele morreu, ignorou-o e, silencioso e indiferente, não foi ao seu enterramento. No entanto, ficava-lhe bem se, sentidamente, se recolhesse um pouco, porque quem entrava no cemitério da Lapa era um homem que não tivera um seio de mãe onde encostar a cabeça. Foi órfão da mãe aos dois anos e, do pai, aos dez. Aos dezasseis, casa com Joaquina Pereira, uma moça do Taralhão, em Gondomar e, seis anos depois, a morte baixa-a à cova e depois dela, a filha, nascida do seu casamento com o escritor que despontava no firmemento literário português. Apaixona-se repetida e doidamente. Foi encarcerado, escreveu livros raros, feitos de si mesmo muitos deles! Sendo o maior entre todos, deixou-nos a sua marca de romancista em: Eusébio Macário: de Crítico, em Vinho do Porto; de Polemista em: Sebento, bolos e bulas; de poeta, de humorista em: Os brilhantes do brasileiro; de erudito, filósofo, historiador, autor dramático em: Morgado de Fafe; purista da língua em: Novelas do Minho e Correspondência epistolar, trabalhos que atingiram 134 publicações, entre sátiras, dramas, narrativas, críticas, poesias, romances, comédias, biografias, com começo em 1845 e fim em 1890. Foi, como citou Ricardo Jorge, um homem genial, a «mais alta florescência da arte portuguesa»”.