Descrição
Romance. 1.ª edição. capa de aguarela de Jaime Isidoro. «..Rosalina, depois de apresentada formalmente à Imperatriz, não a viu mais. Dizia-se, no entanto, que se tinham tornado amigas e, mais do que amigas, duma total cumplicidade nas suas relações. Às vezes não se sabia se era a Imperatriz quem passeava no centro da cidade, com um largo mantelete de rendas, ou se era Rosalina, que a imitava a ponto de levar o conde de Carvalhal à mais completa confusão…
…Mas para Rosalina, baronesa de Madalena do Mar, a vida modificou-se extraordinariamente. Saiu quase de repente para a Corte do Norte, embora a estação ainda não começasse, e não foi acompanhada nem pelos filhos, nem pelo marido. Uma crise abriu-se no matrimónio e não se apurou nada do que a originara. Dizia-se que o súbito interesse de Gaspar de Barros pela sua prima Dozy fora a causa da separação. Rosalina morreu passado pouco tempo, de desastre, despenhando-se das falésias no mar, e Gaspar casou com a turbulenta e alegre Dozy. A história parece terminar aqui, uma vez que nos propusemos ser a história de Rosalina. Mas aqui começa apenas o enigma e os seus ornamentos. …A cena é a vida, se vivemos. E as saudades tudo informam e a arte remedeiam, quando ela é pouca. Correndo o perigo de desiludir, direi que este não é um livro de amor. Já Courteline dizia que os homens da sua geração tinham compreendido que era preciso ousar fazer teatro sem amor. «Que nos interessa que um senhor qualquer se deite com uma mulher?» – perguntava. Mas quando alguém se atira ao mar, isso levanta variadas hipóteses. Será isto ainda amor, ou só o gosto envergonhado do sublime?». Exemplar em bom estado, conservando a sobrecapa editorial.




