Portugal os anos do fim

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24 cm, 276-[4]: 288-[4] págs., br.,

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II volumes. I volume – Portugal os anos do fim – A Revolução que veio de dentro. II volume – Portugal os anos do fim – De Goa ao Largo do Carmo. «Espero sim que estas páginas tenham interesse para os que se bateram, nessa guerra que depois foi chamada de «inútil»; para os que lutaram para que nada do que aconteceu tivesse acontecido, para os que perderam o seu país e não tinham mais nada. E para aqueles mais jovens, que não vão conhecer um Portugal com futuro, uma pátria que podia ter sido grande, e que no rectângulo pequeno, partidocrático, obscuro, no eterno caciquismo onde só mudaram os caciques, hão-de sentir a nostalgia dos grandes espaços, da aventura africana, de uma terra onde valia a pena viver. E que possam justificar um pouco o sacrifício dos órfãos, das viúvas, dos pais daqueles que se bateram e morreram no Ultramar Português, deixando, nessas paragens hoje entregues à guerra civil e à opressão, os ossos e as esperanças. Que apesar de malogrado pela traição e indiferença dos seus compatriotas, o seu exemplo seja a nossa força e a nossa razão para devolver ao que ficou da pátria a dignidade e a honra, já que a grandeza parece ter-se perdido, de vez, neste suicídio colectivo que hoje começamos a compreender à medida que o tempo, juiz supremo, vai descortinando a teia obscura destes anos do fim» «Num fecho que os moralistas interpretarão a seu gosto, Marcello sai no interior duma «chaimite» que a população acompanha com palmadas, pontapés e vaias, enquanto vitoria o General Spinola. Mas tudo é já simbólico, para a História. Grupos de esquerdistas aproveitam estes primeiros momentos de liberdade para apedrejar os bancos no quadrilátero pombalino, onde se situam as sedes destes santuários da Burguesia, enquanto a eterna bafejada das revoluções, a canalha, saqueia lojas na Rua Nova do Almada, Mas o poder não caiu na rua. Por enquanto A PM começa a patrulhar a cidade e alguns populares clamam enérgicos contra os garotos que ameaçam estragar uma jornada tão brilhante! Há uma mistura de euforia e nervosismo. Os bons conservadores, à falta de comunistas e assaltos ao domicílio, sossegam-se mutuamente, com os boatos sobre a composição da Junta. Há mesmo quem abra champanhe para celebrar «Isto é um golpe das direitas, adianta um espírito mais sibilino, reforçando a tese com o comunicado do Programa do Movimento das Forças Armadas que fala em Portugal pluricontinental! Nem toda a gente pensa assim. Um pessimista, ao ver passar no topo norte do Campo Grande, sob a chuva miudinha, empoleirados nas Berliets» os galuchos vitoriosos, que dão gritos e vivas, saudando não se sabe quem, comenta com amargura Portugal acabou». Na sala não dão muita atenção ao prognóstico. Alguém acaba de perguntar, distraidamente, como se não lhe interessasse muito saber: Onde estará o Costa Gomes?»
Na altura não se faz ideia. Mais tarde virá a saber se, como muitas outras coisas mais O futuro Presidente da República passou todo o dia fora de jogo. Como sempre, não se deu por achado No Hospital Militar da Estrela, Sua Excelência acompanhava sua mulher a um check-up que, com a devida antecedência, marcara para 25 de Abril. Vai de lá para a Junta: Cai o pano.»

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