Descrição
«José Régio e Álvaro Ribeiro. Todos conhecem o lugar de José Régio na literatura portuguesa contemporânea. Poeta, dramaturgo, romancista, crítico, pensador, a sua obra ultrapassa a geração em que se insere, para adquirir significado imorredouro. Trata-se de uma obra profunda e coerente, que mergulha as suas raízes na problemática crucial do homem português, que assume de forma original os valores da língua e da cultura portuguesas, e que aborda temas fundamentais para a compreensão do destino do próprio homem, nesta fase transitiva entre dois mundos, que José Régio exprime exemplarmente na sua dramaticidade. A obra deste grande escritor tem sido objecto de muitos e variados estudos assinados por críticos portugueses e estrangeiros, mas nunca havia sido até agora analisada em conjunto e segundo um critério filosófico. A Sociedade de Expansão Cultural tem, pois, o gosto de apresentar ao público um livro que, não só preenche tal lacuna, como é, em si próprio, obra valiosíssima de um grande filósofo português contemporâneo: Álvaro Ribeiro. Nunca um olhar tão arguto e tão revelador se tinha detido para interpretar a poesia de Régio. Este aparece-nos agora, não só na sua singularidade, mas também nas suas ligações com a cultura portuguesa, de cujo substracto filosófico, linguístico e literário parte para a aventura da criação pessoal. José Régio surge-nos como figura exemplar, na intersecção das correntes múltiplas que atravessam a atmosfera cultural portuguesa e contemporânea. Para além de José Régio, o intérprete subtil e o pensador lógico que é Álvaro Ribeiro desvenda-nos o protagonista entre torturado e esperançoso do grande drama cósmico e social: o homem. Livro porventura único na nossa literatura de pensamento, pela riqueza de sugestões e de caminhos que abre ao leitor inteligente e despreconceituoso, «A literatura de José Régio» constitui um marco singular na obra de Álvaro Ribeiro, obra destinada a uma repercussão que os nossos contemporâneos, sempre distraídos, desconfiados ou apressados perante a genuína filosofia criadora, estão longe de imaginar.»